quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

José Ramos - O Açougueiro

José Ramos é, sem sombra de dúvidas, o principal elemento dessa espantosa história sobre os crimes hediondos que abalaram os distintos provincianos portoalegrenses do século XIX.

Consta que, Ramos era o filho mais velho, de Manoel Ramos e Maria da Conceição. Manoel foi servidor de num esquadrão de cavalaria de Bento Gonçalves durante a Revolução Farroupilha, todavia desertou e fugiu para Santa Catarina onde fixou residência.

Era hábito de o pai contar façanhas da revolução, ouvidas com admiração por Ramos. Aqui, segundo a história, Ramos insistia ao pai que contasse amiúde as investidas do esquadrão ao toque de "degolar". José Ramos era demonstrava especial interesse acerca dos detalhes empregados sobre modo de aplicar a degola.

Ramos, na juventude, vendo sua mãe ser agredida pelo pai embriagado, toma uma faca e projeta contra seu progenitor ferindo-o gravemente, levando a morte em poucos dias.

Esse episódio leva Ramos a retirar-se para a Província de São Pedro, onde se estabelece como soldado da Polícia, exercendo a função de maneira digna, até o dia que é flagrado tentando degolar um preso célebre de alcunha Campara, uma espécie de Robin Hood dos Pampas, sob o pretexto de que esse tentava fugir.

Dada a repercussão, é exigida a baixa de Ramos, passando este a servir como informante da Polícia, subordinado diretamente ao Chefe de Polícia.

Diz-se de Ramos que era um sujeito mestiço claro, olhos enormes, voz sinistra, barba rala, alto e de extraordinária força física e sempre exageradamente perfumado. Vestia-se de maneira impecável e possuía razoável nível de instrução. Homem religioso e sensível, ramos ia a missa, e demonstrava grande interesse pelas artes. Gostava de ler poesias e, sobretudo, tinha na musica a maior de suas predileções. José Ramos era conhecido freqüentadores do Teatro são Pedro ante a sua assiduidade aos espetáculos daquela casa. Irônico que um sujeito que passava o dia inteiro com o cutelo em punho entre as carnes cultivasse tais hábitos.

Mas, no intimo desse mesmo indivíduo sedutor, habitava um chacal que sucedeu vários ataques subtraindo a vida várias pessoas utilizando a carne dessas para fabricar lingüiça. Ramos, curiosamente, cultivou um hábito especial na pratica de seus crimes; tinha fascínio em degolar suas vitimas. Com isso, Ramos levava a sociedade a praticar o canibalismo inconsciente, já que todos se deliciavam com a iguaria apetitosa que o Açougueiro produzia.

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