quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Catarina Palse

Se José Ramos é o elemento essencial desta história, Catarina Palse, sua esposa, não é menos importante, pois foi sua cúmplice, seja por atrair as vitimas para sua residência ou, simplesmente, pela omissão, acobertando os crimes do marido.

Catarina tinha origem Húngara, mas era etnicamente alemã, em razão de fazer parte de uma minoria alemã que povoou o território da Transilvânia que posteriormente constituiu aquele País. Filha de artesão, de família pobre, morava em uma aldeia com os pais e dois irmãos.

Catarina tem sua figura marcada por acontecimentos trágicos. Consta que aos 12 anos, quando da revolução húngara contra o domínio austríaco, a Rússia invade a Hungria a fim de ajudar a Áustria, não sendo indulgente com os habitantes. Nessa ocasião, a família de Catarina é assassinada e ela é estuprada pelos soldados e abandonada inconsciente.

Aos 15 anos, casa-se com Peter Palsen, um cardador de lã. Posteriormente, aconselhados pelos pastores protestantes, emigram para o Brasil, a fim fugir da miséria em que viviam. No decorrer da viagem o marido de Catarina se suicida por estrangulamento.

Em 1857, aos 20 anos de idade, Catarina chega a Porto Alegre sozinha. Em 1862 conhece Ramos. Diz-se que forma morar à Rua dos Pecados Mortais. Em 1863 o casal vai então viver na casa alugada por Ramos na Rua do Arvoredo. Não há qualquer registro sobre sua vida na cidade desde a sua chegada até ir morar com José Ramos.

Embora muita se fala que Catarina seria uma mulher de beleza exuberante, não qualquer indício que confirme aquele dito. Segundo Jean Pierre Caillois (conforme descreve Décio Freitas em sua Obra), que a contemplou no tribunal, menciona em suas memórias que “... é inteiramente desprovida de dotes físicos e mal se pode acreditar que exerce atração. Baixa e obesa só têm de belos, os longos cabelos loiros e os olhos muito azuis”.

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