sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Dr. Dario Rafael Callado - Chefe de Polícia

O Chefe de Polícia, Dr. Dario Rafael Callado, homem influente da Província de São Pedro, teve papel destacado nos fatos sucedidos na Rua do Arvoredo, já que, José Ramos era um de seus homens de confiança, subvencionado para trabalhar em missões secretas. Ramos espreitava algumas pessoas, especialmente, políticos, por determinação do Chefe de Polícia.

O Chefe de Polícia era uma das autoridades mais conhecidas na Província. Nordestino, pois a corte sempre designava pessoas de outras regiões para esse cargo, era magro, porém muito forte, de pele escura escarmentada pelo sol e olhos de pupilas negras que fulgiam a ardileza e dissimulação.

Dario Callado tinha enorme poder na Província. Era diligente com suas atividades, mas, também conhecido como pessoa de humor instável e escrúpulo obscuro. Não raro, era alvo de críticas do deputado Silveira Martins que usava a tribuna para denunciar os seus desmandos.

Prisões ilegais, como por exemplo, a de um homem detido por assoviar durante um espetáculo no Theatro São Pedro, a prisão de um comerciante que lhe negou cumprimento numa recepção, espancamentos de escravos e de presos, dentre outras atitudes hostis.

Consta, porém, que de todas as histórias de Dario Callado, era dado aos prazeres mundanos. Eram comuns os seus galanteios fracassados, sobretudo as atrizes de teatro, que carregavam a reputação de serem libertinas. O Chefe de Polícia cortejava-as esperando conseguir favores sexuais dessas.

Outro episódio marcante foi quando o chefe de Polícia reuniu as evidências dos assassinatos. Os indícios se deram por meio de identificação dos pertences das vitimas, conservado-os por Ramos como souvenirs.

Dario Callado oscilou entre satisfeito e receoso, porque, se por um lado resolvia o caso dos desaparecimentos, por outro, o tirano cruel e impiedoso era um de seus informantes assalariados.

Gostaria que assunto permanecesse em sigilo, todavia, estava ciente de que seria impossível, pois havia muitas pessoas envolvidas. Além disso, as evidências eram conclusivas e indicavam que os corpos despegados foram transformados em lingüiça.

O Exercício concomitante das funções de Chefe de Polícia e Juiz de Direito que era autorizado em algumas províncias, lhe permitiu que surgissem revelações embaraçosas sobre seus vínculos com José Ramos. Acuado, imprimiu celeridade jamais vista ao inquérito policial e cumprimento das funções judiciais.

O Doutor Juiz de Direito Dario Callado pronunciou a sentença e José Ramos como no incurso nas penas do crime de latrocínio, que não importa necessariamente na punição de pena de morte. Diz-se ainda que, por negligência ou simplesmente, por descuido, os autos que versam sobre a fabricação de lingüiça de carne humana desapareceram do processo.

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